Vou começar com um relato sobre o parto. Não é fácil, pois as lembranças parecem de um sonho, mas quero deixar aqui registrado antes que fiquem ainda mais distantes.
Diário
12/04/2014
Eu já
não conseguia evitar a ansiedade. Passei a gravidez temendo um parto prematuro,
por conta do diagnostico de placenta prévia e já tinha completado 38 semanas e
a Nina não nascia. Não que houvesse risco, meu obstetra me deixava tranquila
quanto a isso, mas a mala da maternidade já estava pronta há 3 meses, o quarto
impecável, tudo planejado há tempos, então a sensação era de que ela estava atrasada.
Na
véspera, senti uma mudança na movimentação da Nina. Ela passou a mexer pouco.
Conversarei com minha cunhada Isa, que é doula, e ela me disse que a pequena
poderia estar guardando energia para o parto, que deveria estar próximo. À
noite, sai para o encontro mensal das minhas amigas arquitetas. Na despedida,
elas colocaram, todas juntas, a mão na minha barriga e disseram: "vem,
Nina!"
Deu
certo! Levantei as 4 da manhã para ir ao banheiro e me assustei: estava toda
suja de sangue. Acordei o Tiago. No banheiro, mais sangue desceu em um jato.
Ligamos para o obstetra e ele nos mandou imediatamente para a maternidade.
Ligamos, então, para os meus sogros, que estavam esperando este momento
há alguns dias, talvez até há alguns meses, e eles vieram ficar com o Luca. Sai
de casa achando que estava indo fazer uma cesárea. O Dr. Marcos Dias havia me
dito que o tipo de parto seria definido pelo tamanho do sangramento, uma vez
que os exames tinham indicado que eu tinha placenta prévia. No carro, a bolsa
rompeu. O médico já estava nos esperando na maternidade. Comecei a sentir uma
leve cólica. Ao chegar no centro cirúrgico eu já estava sentindo fortes
contrações e já tinha 6 de dilatação. Porém, o sangramento estava controlado e
tentaríamos parto normal! As contrações estavam doídas! Perguntei ao médico se
ele achava que seria melhor sem anestesia ao que ele respondeu que, no meu
caso, acreditava que a anestesia iria ajudar, porque as contrações eram muito
fortes, porém não dilatavam proporcionalmente. Ufa! Fui anestesiada. Diferente
dos outros partos, eu sentia as contrações. Quando elas vinham eu fazia força.
O Dr. Marcos ia me dizendo: "7. Força! 8. Força! 9. Força! 10. Coroou!
Força que ela está nascendo!" Nessa hora senti dor como se não
estivesse anestesiada. Toda a equipe me encorajava. Parecia que eu não tinha
mais de onde tirar força, mas de repente senti ela sair. Logo a Nina veio
para o meu colo, pequena e cor de rosa, ainda com o cordão umbilical pulsando.
Ali mesmo o pediatra fez os exames que precisava, enquanto o obstetra tirava a
placenta e cuidava de mim. Eu só dizia: "minha menininha! Minha Nina
menina!"
Ela
nasceu cor de rosa, 3 horas depois do sangramento inicial! Na véspera eu tinha
pedido ao Luca que conversasse com a irmãzinha porque já estava na hora dela
nascer e nós queríamos ver se ela era grande ou pequeninimha, qual era a cor do
seu cabelo e dos seus olhos. Ele disse: "mamãe, ela é bem pequenininha e
cor de rosa". A descrição do meu filho estava perfeita!
Só depois
de um bom tempo no meu colo é que a pequena foi, acompanhada do pai, pesar e
medir. Não tomou banho, colocou sua primeira roupa e veio mamar no meu peito.
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