quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Parto da Nina

Ola! Estou de volta ao blog. Durante o tempo em que estive ausente fiz um diário e aos poucos vou atualizando aqui.
Vou começar com um relato sobre o parto. Não é fácil, pois as lembranças parecem de um sonho, mas quero deixar aqui registrado antes que fiquem ainda mais distantes.


Diário 12/04/2014
Eu já não conseguia evitar a ansiedade. Passei a gravidez temendo um parto prematuro, por conta do diagnostico de placenta prévia e já tinha completado 38 semanas e a Nina não nascia. Não que houvesse risco, meu obstetra me deixava tranquila quanto a isso, mas a mala da maternidade já estava pronta há 3 meses, o quarto impecável, tudo planejado há tempos, então a sensação era de que ela estava atrasada.
Na véspera, senti uma mudança na movimentação da Nina. Ela passou a mexer pouco. Conversarei com minha cunhada Isa, que é doula, e ela me disse que a pequena poderia estar guardando energia para o parto, que deveria estar próximo. À noite, sai para o encontro mensal das minhas amigas arquitetas. Na despedida, elas colocaram, todas juntas, a mão na minha barriga e disseram: "vem, Nina!" 
Deu certo! Levantei as 4 da manhã para ir ao banheiro e me assustei: estava toda suja de sangue. Acordei o Tiago. No banheiro, mais sangue desceu em um jato. Ligamos para o obstetra e ele nos mandou imediatamente para a maternidade. Ligamos, então, para os meus sogros, que estavam esperando este momento há alguns dias, talvez até há alguns meses, e eles vieram ficar com o Luca. Sai de casa achando que estava indo fazer uma cesárea. O Dr. Marcos Dias havia me dito que o tipo de parto seria definido pelo tamanho do sangramento, uma vez que os exames tinham indicado que eu tinha placenta prévia. No carro, a bolsa rompeu. O médico já estava nos esperando na maternidade. Comecei a sentir uma leve cólica. Ao chegar no centro cirúrgico eu já estava sentindo fortes contrações e já tinha 6 de dilatação. Porém, o sangramento estava controlado e tentaríamos parto normal! As contrações estavam doídas! Perguntei ao médico se ele achava que seria melhor sem anestesia ao que ele respondeu que, no meu caso, acreditava que a anestesia iria ajudar, porque as contrações eram muito fortes, porém não dilatavam proporcionalmente. Ufa! Fui anestesiada. Diferente dos outros partos, eu sentia as contrações. Quando elas vinham eu fazia força. O Dr. Marcos ia me dizendo: "7. Força! 8. Força! 9. Força! 10. Coroou! Força que ela está nascendo!"  Nessa hora senti dor como se não estivesse anestesiada. Toda a equipe me encorajava. Parecia que eu não tinha mais de onde tirar força, mas de repente senti ela sair.  Logo a Nina veio para o meu colo, pequena e cor de rosa, ainda com o cordão umbilical pulsando. Ali mesmo o pediatra fez os exames que precisava, enquanto o obstetra tirava a placenta e cuidava de mim. Eu só dizia: "minha menininha! Minha Nina menina!"
Ela nasceu cor de rosa, 3 horas depois do sangramento inicial! Na véspera eu tinha pedido ao Luca que conversasse com a irmãzinha porque já estava na hora dela nascer e nós queríamos ver se ela era grande ou pequeninimha, qual era a cor do seu cabelo e dos seus olhos. Ele disse: "mamãe, ela é bem pequenininha e cor de rosa". A descrição do meu filho estava perfeita!
Só depois de um bom tempo no meu colo é que a pequena foi, acompanhada do pai, pesar e medir. Não tomou banho, colocou sua primeira roupa e veio mamar no meu peito.